quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Para você


A vida é feita de fases. As pessoas são feitas de fases. Eu aceito sua fase atual. Quero te ver feliz. Só isso me importa. Quero que você aprenda o quanto é bom voar sem precisar de ninguém. Voar sem pressa para voltar porque deixou alguém te esperando. Voar sem medo de ser feliz. Voar para os destinos mais risíveis. Voar para o nada. Simplesmente voar. Tomar conta de seus atos. Amadurecer. Curtir-se. Amar-se. Doar-se a si mesma. Aprontar-se para, quem sabe, convidar alguém para voar com você. Espero que voe bastante, experimente demasiadamente e perceba o que realmente te fascina, o que realmente te faz bem, o que merece ser lembrado durante seus voos. Que você viaje, se entregue ao ar por inteira, sinta sua vida sendo bagunçada e, com toda a sabedoria adquirida, arrume-a. Que eu também voe bastante e que nos encontremos em alguma corrente de ar quente e intensa para voarmos juntos. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Sobre o silêncio


Nenhum barulho. Nada em volta. Talvez eu esteja diante do maior e mais completo caos. O silêncio nada mais é que o caos, o todo, o eu complexo encapsulado em algo aparentemente silencioso. O silêncio é o mundo. Vivo? Sim! Vivo! Visceralmente vivo. Carnalmente perturbador. Dentro do silêncio tudo cabe. A vida, o eu. Silencio. Renuncio. Grito e quero tudo. Neste momento clamo por barulho. Rejeito o silêncio. Rejeito a vida. Rejeito o eu. Rejeito o tudo. Apego-me ao nada. Quero sons. Quero barulho. Quero uma orquestra. Quero viver cegamente embalado pela mais bela e alegre sinfonia. Dorme silêncio. Um dia eu te visito. Não quero refletir sobre você. Você é tudo, é muito completo. Ninguém nunca realmente te decifrou e nem vai te decifrar. Dorme. Dorme. Deixa-me gritar.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Sobre renovação


Sentado na areia da praia infinita, observando o vaivém da maré, paro para me preparar para a renovação. Renovar? Renascer? Sim! Mudar, permanecer, consertar, você decide. Mais trezentos e sessenta e cinco dias vêm por aí. Você tem a chance de fazer tudo o que não fez nesses trezentos e tantos dias que já se passaram. Parece balela, não é? Um discurso um pouco, bastante, repetido, não? Mas pare e pense. O ano novo é e nunca vai deixar de ser a filosofia de mais trezentos e tantos dias novos, em branco, esperando ser coloridos. Então, muna-se de cores e corra. O quadro da vida urge por cor, por forma. Não pare, não espere. Corra! Pinte o sete, o oito, os trezentos e sessenta e cinco novos números. Qual a cor? Você decide. Você decide o tom, a intensidade, a forma do traçado. O seu traço. Único. Responsável por singularizar momentos e colorir o novo ano. Monte sua arte, faça-a valer trilhões, mas a faça tornar-se tão importante e colossal que nenhum valor seja capaz de comprá-la. Feliz 2017!